sexta-feira, 4 de março de 2011

Título: INSITUÁVEL

Instalação: 12 quadros/caixas em madeira, com vidro, medindo 35cm x 50cm x 6cm cada. Palavras digitalizadas e ampliadas em papel fotográfico. Área total na parede: 170cm (vertical) x 170cm (horizontal).
Ano: 2007


O trabalho recorre a uma repetida sonoridade quase mântrica que, com sua fórmula encantatória, parece ter o poder de materializar a palavra invocada. A lógica da sintaxe e da morfologia não dão conta da construção plástico-sonora das palavras apresentadas. O prefixo IN, de negação, coloca o espectador dentro (IN) de um ambiente de múltiplas possibilidades interpretativas. O sufixo -vel fala da qualidade daquilo que é passível de ser... No caso, NÃO ser.
O espectador se vê refletido no painel de forma fragmentada e, portanto, parte integrante do trabalho. Cada palavra, de leitura vigorosa, reverbera dura e seca.
Não há construção frasal.
Não há começo e fim, ou sequência fixa de leitura, pois o processo se desenvolve em várias direções, abrindo uma quantidade de encadeamentos que se realizam simultaneamente.




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Título: Formas veladas



Quadro medindo 80cm (alt) x 60cm (larg), com texto manuscrito em pilot sobre papel craft, montado em chassi e vidro sem reflexo.
Ano: 2005

Este trabalho apresenta uma integração entre o verbal e o não-verbal, palavra e imagem. Se utiliza da vertente intersemiótica do poema. Sem deixar de lado o verbal, valoriza a visualidade como elemento estrutural do poema pretendendo uma fusão de códigos.




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Título: TUDOSOBRENADA



P
ainel medindo 100cm (larg) x 80cm (alt), com texto manipulado digitalmente, ampliado e plotado com impressão a laser sobre lona plástica adesivada sobre PVC.
Ano: 2008


Para Gilles Deleuze, "A essência da literatura não é literária. A essência da literatura é pintura e é música. Uma música de palavras, uma pintura com palavras, um silêncio nas palavras". A proposta deste trabalho vai além do texto escrito. Utilizando-se da visualidade das palavras e se soltando da norma sintática, propõe ao espectador-leitor uma reflexão sobre a própria condição da poesia. A poesia é confrontada com os seus próprios limites, numa outra matéria não lingual, num silêncio das próprias palavras preenchido por visões e audições. "Como se, levada a língua em que se escreve, ao limite das suas possibilidades, ela entrasse numa espécie de transe ou de delírio e as palavras desatassem já não a dizer mas a pintar e cantar"(Deleuze).




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S/ título

Instalação
: Painel (total) medindo 
80
cm
 (larg) 
x
 105
cm
 (alt),
 composto
 por 
nove
 quadros 
de
 22,5
cm 
x 
31,5
cm, 
com
 impressão à laser
 em
 chassis
 com 
ponteiros 
em 
movimento. Na parte de trás de cada quadro, mecanismo de relógio e uma pilha.
Ano: 2003

Neste
 trabalho 
apresento 
nove 
objetos
 semelhantes 
a
 relógios: 
no
 lugar 
dos números, 
palavras 
e, 
indicando 
a 
passagem 
do 
tempo, 
os
 ponteiros 
de 
segundo 
em 
movimento.
 A 
partir 
de 
uma 
simbólica fragmentação 
do 
tempo, 
procurei
 construir 
algo 
que 
estimulasse 
os 
sentidos 
do 
visitante.
 Os 
fragmentos 
de 
textos 
lidos 
e 
a sensação 
da 
passagem
 do 
tempo
 real 
da 
leitura 
constroem 
um 
ambiente 
de reflexão 
sobre 
as
 alternâncias 
da 
vida.


(Clique nas imagens para ampliar)


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Formar?


Instalação: 8 carteiras de alunos, em madeira, sobre 32 fôrmas de pão em alumínio. Quadro verde em madeira medindo 0,80m x 1,00m. Área total no piso: 5m de comprimento x 3m de largura.
Ano 2007

Este trabalho lança mão de palavras homônimas homógrafas (palavras que se escrevem e se pronunciam da mesma forma, mas cujo sentido é diferente), para provocar a reflexão sugerida pela proposta.
A improvável lógica visual apresentada pelas emblemáticas carteiras de alunos enfileiradas e com os pés dentro de fôrmas de alumínio revolve o imaginário do espectador.





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Título: VERSO DO VERBO - após Mallarmé



Painel
 de 
120
cm 
x 
90
cm, 
com
 texto 
plotado
 sobre 
papel 
gloss
 adesivado
 em 
chassi
 de
 duratex.

Ano: 2007


 
 
 Stéphane Mallarmé, 1842‐1898 
‐
 Simbolista 
francês 


Mallarmé, 
poeta,
 místico,
 ocultista, 
obcecado
 pela 
ideia do 
absoluto,
 procurou
 dar
 um
 sentido
 mais
 puro
 às palavras.
 Fez
 com 
que 
elas, 
em
 vez
 de
 funcionar
em apenas 
como
 valores
 de
 representação 
da 
realidade, 
instaurassem 
uma 
realidade
 de 
valor.
 Utilizou 
o 
branco 
da página como
 um 
símbolo
 do 
absoluto.
 Colaborou
 para
 romper
 fronteiras, 
porque
 seu 
texto 
traz 
um
 pensamento crítico legítimo e 
instigante 
para 
todos
 que
 se 
interessam
 pela
 abertura
 de 
um espaço 
na 
literatura:
 sua
ligação com 
outros
 campos,
 das
 artes plásticas à música, 
concentrando 
um 
imaginário
 inigualável.
 


Nesta
 minha
 homenagem, 
lanço o
 meu 
texto
 com
 letras 
brancas 
num
 painel
 preto 
tentando
 dar 
sequência à lógica mallarmeana
:
 o 
fundo
 preto
 - 
a
 morte,
 a
 vida, 
o
 nada, 
o
 vazio - 
e
 as 
palavras
 ali 
lançadas como
 dados 
sujeitas
 aos 
caprichos estéticos do
 acaso 
transitam 
entre
 os
 processos
 do imaginário
 e do 
simbólico.
 A 
frase
 do Gênesis é simbolicamente revisada 
sugerindo
 uma
 profunda
 reflexão.





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